segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


Vídeo Mato Grosso Sustentável
e Democrático

FORMAD





O Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento-FORMAD, é um espaço de debate e articulação de 42 entidades do movimento social e ambiental em Mato Grosso. O projeto Mato Grosso Sustentável e Democrático é uma das ações do FORMAD.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Reforma Agrária self-service




Augusto Pereira

Na última sexta-feira, dia 30 de novembro, o processo de reforma agrária do Crédito Fundiário, em Lucas do Rio Verde, teve seu dia mais solene. Desde outubro de 2006 o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas estava organizando um grupo de agricultores e agricultoras, para serem assentados pelo processo de crédito fundiário. Na sexta-feira, os beneficiários assinaram a escritura da terra onde passam a morar em março de 2008. Com a colaboração da prefeitura, a ex proprietária assinou o documento dando fim ao processo de treze meses. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário "Crédito Fundiário é um programa que possibilita aos trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, minifundistas e jovens rurais o acesso a terra por meio de financiamento para aquisição de imóveis rurais". De forma simplificada é uma modalidade de Reforma Agrária onde o agente são os próprios assentados". O processo foi demorado pois foi preciso providenciar documentação de todos os beneficiários, alguns precisaram ser substituídos pois estavam com irregularidades em algum documento. Para realizar essas pendências foi preciso esperar que os funcionários do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) voltassem da greve qu durou mais de 70 dias. Depois de muito trabalho para apresentar os documentos que permitem o financiamento do crédito pelo Banco do Brasil o MDA encontrou irregularidades no título de proprietária da terra de Irene Borges. Depois de tudo isso providenciado ainda havia um impasse no Plano Diretor de Lucas, que não previa agricultura familiar no entorno do município. Mas o apoio da prefeitura permitiu superar mais essa dificuldade. Durante todo o processo os beneficiários desse projeto de Crédito Fundiário não estiveram sozinhos. A proposta de criar um espaço de produção de alimentos saudáveis ao mesmo tempo em que se dá o direito à terra comoveu muitos parceiros. A agência do Banco do Brasil de Lucas, os cartórios, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Seder (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural) colaboraram para que esse sonho fosse alcançado.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PC Nortão grava os Sons do Brasil Central


Augusto Pereira



Sons do Brasil Central é o nome do disco gravado na Oficina de Aúdio do PC Nortão (Ponto de Cultura Norte de Mato Grosso) em parceria com o ICV (Instituto Centro de Vida). As doze faixas são resultado da criatividade e talento de artistas da região norte de Mato Grosso, que compareceram ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, proponente do Ponto de Cultura, e participaram da atividade. Agricultoras e agricultores assentados, estudantes, representantes do ICV e moradores de Lucas do Rio Verde aprenderam sobre elementos da linguagem musical, aspectos físicos do som e técnicas de gravação em estúdio. Durante quatro dias a sala do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais foi transformada em estúdio de gravação. Sob a orientação de Renato Cortez, músico e produtor musical que veio de São Paulo para dar a oficina, os artistas se revezaram à frente do equipamento. Dez faixas foram gravadas num tempo muito curto, mais duas já produzidas no PC Nortão foram adicionadas às novas. Na metade das faixas Renato Cortez tocou um ou mais instrumentos. Todos os artistas cederam suas músicas para divulgação pelo PC Nortão.


O disco faixa a faixa

Caipira na cidade
Composição e interpretação – Pedro Júnior.

Pedro Júnior é violeiro dos que dizem que só tocam sertanejo se for moda de viola e que sem uma viola de dez cordas não serve. Na ausência de seu parceiro escolheu uma música sua que foge do seu estilo. O rock de Pedro Júnior, artista de Lucas, recebeu admiração da Lânivus, banda presente no estúdio.

Currais alternativos
Composição e interpretação – Carlinhos Mato Grosso


O artista de Sinop é possivelmente o mais técnico dos presentes à Oficina de áudio. Intérprete de outros grandes nomes da música brasileira Carlinhos se mostra um hábil violonista e um compositor de grande sensibilidade. Currais alternativos fala da sociedade comparando-a com uma boiada.

Apelo ao Mundo

Composição e interpretação – Maria Maia

Se Carlinhos Mato Grosso é o maior conhecedor de teoria musical entre os artistas do disco Maria Maia é a mais intuitiva. A agricultora, assentada em Peixoto de Azevedo, nunca estudou, veio do Maranhão para Mato Grosso, se tornou liderança e mobilizadora da comunidade. Suas composições têm o gosto da simplicidade e as suas letras mostram sua preocupação com o mundo e com as pessoas. Apelo ao Mundo não é só mais um protesto contra a violência, é uma música que emociona.

Dona do meu coração

Composição e interpretação – Júnior e Gustavo

Dois garotos faltaram aula para dar uma aula de concentração e afinação. Júnior e Gustavo moram em Lucas do Rio Verde e foram com a roupa da escola ao estúdio no STR gravar esse sertanejo romântico. Muitos na cidade já o conhecem pela participação em programas de TV e pelo show na Expolucas em 2007.


Mãe natureza
Composição e interpretação – Reinaldo Castro

Reinaldo e seu teclado já fizeram shows em lugares difíceis de imaginar. Sua especialidade é o bailão gauchesco, mas todos os ritmos brasileiros de salão podem sair dos seus dedos e da sua voz. Nascido no Sul, vivido no Norte e radicado em Peixoto de Azevedo, MT, Reinaldo acumulou influências de várias regiões e é isso que ele mostra em sua faixa Mãe Natureza.


Nosso lugar
Composição – Luir Garbin
Interpretação – Rafael Garbin

Luir é agricultor assentado no assentamento Entre Rios, Nova Ubiratã. Mobilizador da comunidade para prevenção de incêndios florestais, Luir é conhecido pela mansidão no trato com as pessoas e pelo gosto pela música. No mesmo caminho seguem seus filhos Felipe e Rafael, músicos por que gostam e treinados pelo pai.


Minhas travessuras

Composição e interpretação – Tim Benetti

Tim Benetti, como Carlinhos Mato Grosso, foi generoso em partilhar a experiência de compositor e músico com o restante do grupo. A música Minhas travessuras já havia sido gravada num estúdio em São Paulo, faltava somente a voz de Tim, artista de Alta Floresta. A saudade da infância, descrita em detalhes, é o tema dessa faixa.


Te encontrar
Composição e interpretação – Lânivus

A banda de Lucas do Rio Verde, formada por amigos, chegou ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais perguntando se também poderia gravar. Não acharam estranho gravar um disco com músicos agricultores, montaram bateria, plugaram guitarra e gravaram a faixa mais diferente do disco.


Comida de porco

Composição e interpretação – Guto Pêra

A idéia de plantar soja e exportar para ração animal soa engraçada nessa faixa que é mais uma brincadeira que uma música. O funk batidão circulou pela internet antes mesmo de ser gravado no disco.


Tudo Marrom
Composição e interpretação – Maria Maia

Preocupada com a devastação dos incêndios de 2007 a compositora de Peixoto de Azevedo fez uma denúncia musicada. O xote de Maria Maia foi cantado em Brasília dirante o Encontro dos Povos da Floresta.

Acorda Amazônia
Composição e interpretação – Adilson Luiz

Adilson é um jovem mobilizador social que viu na articulação e fortalecimento das pessoas o caminho para o desenvolvimento da sua comunidade. Para colaborar com isso compos a faixa que conclama as pessoas do Território Portal da Amazônia (extremo norte de Mato Grosso).


Caminho da água doce

Composição – Tim Benetti
Interpretação – Carlinhos Mato Grosso

Além do conhecimento sobre gravação de áudio a Oficina proporcionou o encontro desses dois artistas. Tim Benetti ouvindo a voz de Carlinhos Mato Grosso achou que Carlinhos seria um bom intérprete para sua composição. Ficou tão bonita que a escolhemos para fechar o disco.


Vídeo Sons do Brasil Central


ouvir ou baixar...
Sons do Br@sil Centr@L

Agricultores assentados planejam prevenção de incêndios florestais nas cabeceiras do Xingu e BR 163.


As chuvas começaram e a umidade do ar trouxe alívio para narinas e pulmões das pessoas em Mato Grosso. Mas a chuva não pode lavar a memória recente dos incêdios que aconteceram em todo o estado. Muito menos apagar da memória dos assentados no norte de Mato Grosso na região da BR 163 e da bacia do rio Xingu.Para evitar que o desastre ambiental de setembro de 2007 se repita nos próximos anos agricultores assentados da região foram chamados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde. Representantes de onze assentamentos em oito municípios reuniram-se, dos dias 18 e 19 de outubro de 2007, para mostrar os prejuízos ao representantes do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma agrária) e IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais).com o objetivo de construir de forma participativa o plano de Prevenção de Incêndios para 2008. O Ministério Público Estadual e a SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) foram convidados e não compareceram.

A reunião contou com os técnicos do ICV (Instituto Centro de Vida) e do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) para mostrar as causas climáticas destes desastres ambientais e sociais. A Dr. Gina Cardinot, pesquisadora, do IPAM mostrou que o inverno de 2007 foi mais seco propiciando as condições para o desastre. Com o ar mais seco a floresta ficou mais inflamável, com mais incêndios a fumaça impediu a formação de chuvas, atrasando ainda mais o fim da seca.

Em seguida Rodrigo Marcelino, do ICV, mostrou em mapas os focos de calor registrados em setembro em Mato Grosso. Os assentados confirmaram a localização dos incêndios listados e identificaram seus sitios queimados entre outros de vizinhos. Rodrigo entregou mapas impressos a cada agricultor representante das associações presentes.

No momento posterior os depoimentos foram mais próximos ao desastre. As agricultoras e agricultores relataram a agonia de ver o incêndio chegar perto de casa. Relataram prejuizos econômicos, os ferimentos e a tristeza de ver o verde da mata se transformar em cinza. Muitos deles trouxeram Durante o depoimento dos agricultores a única representante de órgãos governamentais presente era Lucila Vargas, do INCRA. "Nos assentamentos do Norte de Mato Grosso não houve nehuma atitude dos órgãos competentes" diz Epifania Vuaden, articuladora do evento e ex-coordenadora do projeto Proteger.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde desenvolveu nos assentamentos da região, durante dois anos, o projeto Proteger que mobilizou e capacitou agricultores para prevenção de incêndios florestais na Amazônia. Nesses dois anos foram assinados seis acordos coletivos de queimada. Um acordo coletivo é um momento em que agricultores e agricultoras decidem as regras de segurança para se fazer queimadas. Uma queimada de roça mal feita pode trazer prejuizos ao agricultor e aos vizinhos.

O STRLRV capacitou 2.600 pessoas, muitas delas tiveram seus sitios queimados. Diante desse quadro as entidades presentes à reunião assinaram o Manifesto das Lideranças das Regiões Médio-Norte e Norte de Mato Grosso pela Prevenção contra os Incêndios Criminosos. O manifesto foi imediatamente enviado para os órgãos competentes, seis dias depois somente o INCRA respondeu.

"Nosso trabalho esclaresceu as competências da SEMA e do IBAMA. Falamos bem dos órgãos do governo e dissemos que os agricultores deviam confiar e fazer denúncias às autoridades. Pra que?" questiona Epifania.


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Plantar para preservar



ONG Ecocachimbo doa muda de arvore aos professores de Guarantã

Da Assessoria da Ecocachimbo


Para comemorar o dia dos professores a ONG Ecocachimbo (Instituto de Ecologia e Pesquiza do Complexo Serra do Cachimbo), fez a doação de varias mudas de arvores (Amescla, Aroeira, Champanhe, Jatobá, Caju e varias outras espécies) aos professores da Escola Estadual Irani Jaime Farina, localizada no Bairro da Cotrel, no município de Guarantã do Norte/MT.

A Ecocachimbo já desenvolve trabalho de doação de mudas em outras escolas do município, mais voltado aos alunos e principalmente para realizarem projetos de educação ambiental. “Este é o papel da Ecocachimbo, estamos pronto para desenvolver estes tipos de trabalho, juntamente com a classe educacional e hoje estamos fazendo a distribuição destas mudas aos professores, esperamos que eles possam replantar e assim estarão colaborando com o reflorestamento do nosso planeta”. Disse o Coordenador da Ecocachimbo, Valter Neves Moura.

Na escola Irani Jaime Farina, os professores que receberam as mudas estarão plantando em seus quintais ou mesmo em áreas de córrego próximo da escola, o pedido foi feito através do Diretor, da escola, Professor Neuri Pancera.

Esta foi uma forma diferente que o Diretor Neuri Pancera escolheu para comemorar o dia do Professor, uma vez que, os mesmo são os multiplicadores do saber e nada mais justo, também ajudarem a multiplicarem o verde do planeta que, já está tão destruído o nosso meio ambiente.

A Ecocachimbo vem desenvolvendo um projeto de recuperação das matas ciliares, nascentes e áreas degradadas, juntamente com vinte e seis trabalhadores da agricultura familiar e para manter o projeto como, o viveiro de mudas, a Ecocachimbo recebe recurso do Ministério do Meio Ambiente, através do PDA/PADQ, projeto 110P e tem como parceria o ICV (Instituto Centro e Vida) e STTR de Guarantã do Norte/MT.




quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Oficina de aúdio do PC Nortão


Artistas, musica, trabalho e muita alegria irão fazer parte da oficina de aúdio a ser realizada pelo PC Nortão ( Ponto de Cultura Norte de mato Grosso), a oficina acontecerá do dia 16 a 19 de outubro na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, irão participar da oficina artistas vindos

de vários assentamentos do Nortão e indicados pelas associações e entidades parceiras do STRLRV.

A idéia é valorizar nossos artistas, que muitas vezes não tem oportunidade de registrar seus trabalhos, e para fazer a diferença temos como meta a gravação de um CD de 10 faixas, todas composições próprias desses artistas, cada cantor trará seus instrumentos musicais.

Para facilitar a oficina foi convidado Renato Cortez, músico, oficineiro do Cultura Digital e produtor musical.


Para saber mais, ligue para nós
0**65 35491819

Ecocachimbo e STTR de Guarantã do Norte cobram mais conscientização por parte do governo junto à população rural.


Da Assessoria.

Neste ano a população está convivendo com um dos piores climas dos últimos anos, o alto índice de fumaça lançada na atmosfera vem trazendo graves conseqüências de saúde à população da região norte e todo o Estado de mato Grosso. Em conseqüência ao alto volume de estiagem as queimadas se proliferam com muita facilidade e causando danos irreversíveis ao meio ambiente e ao homem, sendo que é o próprio homem que vem causando este impacto na natureza, principalmente nas matas ciliares causando assim grande danos aos rios. O Brasil aparece em primeiro lugar no planeta, em disponibilidade hídrica em rios e, ainda concentra 12% da água doce do mundo. A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação, seria necessária mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo uma maior política de conscientização junto à população. Na zona rural, os recursos hídricos são explorados de forma irregular, com a destruição da vegetação que protegem as matas ciliares e nascentes. Para o Coordenador da ONG Ecocachimbo e presidente do STTR (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais) de Guarantã do Norte, Valter de Moura Neves, os órgãos do Governo, como a SEMA e IBAMA, deveriam realizar uma política de orientação e não de repreensão, junto à população, principalmente a da zona rural. “Estes órgãos do governo só aparecem na época da seca quando os focos de incêndios são alarmantes e aplicam pesadas multas, falta por parte do governo um trabalho de conscientização junto aos moradores da zona rural”. Analisou, Valter. Hoje a escassez de água já é visível e preocupante, no município de Guarantã do Norte, segundo um levantamento do STTR do município, um o Rio Horizonte e vários outros dentro de Guarantã do Norte já estão agonizando com a degradação do meio ambiente. O estudo iniciou há cinco anos e se constatou que, dentro destes poucos anos a mudança foi brusca, onde nesta época de estiagem o leito do Rio Horizonte fica praticamente seco. Outro exemplo é o Rio 27 próximo ao setor urbano de Guarantã do Norte, que abastece vários sítios e chácaras, vem sofrendo com a ação do homem, sua margem está todas degradadas e com isso a degradação e visível. Segundo um sitiante da margem do Rio 27 (Comunidade São Francisco) na época da seca em sua propriedade, falta água ate para as necessidades mais básicas do dia- a- dia.