sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fórum Nacional de combate aos agrotóxicos


O III Seminário Nacional de Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente, realizado pela da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária com a sociedade civil sobre agrotóxicos aconteceu em Brasília nos dias 26 e 27 de outubro de 2009. O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos foi criado nesta ocasião, a fim de congregar todas as iniciativas e esforços numa ação nacional de combate aos efeitos nocivos dos agrotóxicos na saúde do trabalhador, do consumidor e ao meio ambiente.


Atualmente o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxico. Dados preliminares fornecidos pela indústria indicam que os produtores brasileiros compraram entre US$ 6,9 a US$ 7 bilhões de agrotóxicos.


As medidas de proteção a saúde do trabalhador não acompanharam esta evolução do mercado, há vários danos que se consolidam de forma silenciosa. O mais importante é intoxicação crônica a agrotóxicos. No entanto os registros destas intoxicações não são precisos, com raras exceções, pois não são registrados.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Incômodo Censo Agropecuário.


Roberto Malvezzi (Gogó) - Comissão Pastoral da Terra

O último censo agropecuário trouxe verdades incômodas, que atiçaram a ira do agronegócio brasileiro. Afinal, a pobre agricultura familiar, com apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área agrícola, é responsável “por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil”, segundo o IBGE. Quando se fala em agricultura orgânica, chega a 80%. Além do mais, provou que tem peso econômico, sendo responsável por 10% do PIB Nacional.

Acontece que a agricultura familiar, além de ter menos terras, tem menos recurso público como suporte de suas atividades. Recebeu cerca de 13 bilhões de reais em 2008 contra cerca de 100 bilhões do agronegócio. Portanto, essa pobre, marginal e odiada agricultura tem peso econômico, social e uma sustentabilidade muito maior que os grandes empreendimentos. Retire os 100 bilhões de suporte público do agronegócio e veremos qual é realmente sua sustentabilidade, inclusive econômica. Retire as unidades familiares produtivas dos frangos e suínos e vamos ver o que sobra das grandes empresas que se alicerçam em sua produção.

Mas, a agricultura familiar continua perdendo espaço. A concentração da terra aumentou e diminuiu o espaço dos pequenos. A tendência, como dizem os cientistas, parece apontar para o desaparecimento dessas atividades agrícolas.

Porém, saber produzir comida é uma arte. Exige presença contínua, proximidade com as culturas, cuidado de artesão. O grande negócio não tem o “saber fazer” dessa agricultura de pequenos. E, bom que se diga, não se constrói uma cultura de agricultura de um dia para o outro. A Venezuela, dominada secularmente por latifúndios, não é auto suficiente em nenhum produto da cesta básica. Exporta petróleo para comprar comida. Chávez, ao chegar ao poder, insiste em criar um campesinato. Mas está difícil, já que a tradição é fundamental para haver uma geração de agricultores produtores de alimentos.

O Brasil ainda tem – cada vez menos – agricultores que tem a arte de plantar e produzir comida. No Norte e Nordeste mais a tradição negra e indígena. No sul e sudeste mais a tradição européia de italianos, alemães, polacos, etc. É preciso ainda considerar a presença japonesa na produção de hortifrutigranjeiros nos cinturões das grandes cidades.

Preservar esses agricultores é preservar o “saber fazer” de produtos alimentares. Se um dia eles desaparecerem, o povo brasileiro na sua totalidade sofrerá com essa ausência. Para que eles se mantenham no campo são necessárias políticas que os apóiem ostensivamente, inclusive com subsídio, como faz a Europa.

Do contrário, se dependermos do agronegócio, vamos comer soja, chupar cana e beber etanol.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Amanhã tem feira, festa de sementes e visita!!!!

Epifania Vuaden

Engenheira Agronoma

O Grupo de Intercâmbio da Agricultura sustentável –GIAS realizará o seminário sobre Sementes crioulas (sementes tradicionais ou sementes da paixão), no STRLRV – Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, nos dias 13 a 15 de outubro de 2009.

Mulheres guardiãs de sementes, agricultores, agricultoras, coletores e coletoras de sementes florestais do entorno das cabeceiras do Xingu, populações tradicionais da Baixada Cuiabana, jovens do Portal da Amazônia e representantes da agricultura familiar do médio norte matogressense são os convidados desta Festa das Sementes.

Nestes dias conversaremos sobre o resgate e produção de sementes tradicionais do GIAS - Resistência camponesa ao agronegócio de Mato Grosso; Lei de sementes e Mudas; lei de patentes; lei de cultivares e lei de acesso a recursos genéticos e os impactos no livre uso da agrobiodiversidade pelas comunidades locais e agricultores familiares. Também falaremos sobre estratégias locais de uso das sementes.

A Rede de coletores de sementes florestais e o Programa estadual de Agroecologia serão apresentados.

A Festa das Sementes contará com Feira de produtos da agricultura familiar nos dias 13 e 14 de outubro em frente ao STRLRV e no dia 15 iniciará a visita de intercâmbio aos projetos de alternativas ao Desmatamento e Queimadas na Riberião Grande, em Vera, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Cláudia.