Pequeno produtor rural de Lucas do Rio Verde (MT) relatou luta da comunidade para barrar a contaminação por agrotóxicos de lavouras vizinhas | ||||
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O pequeno produtor rural e líder sindical em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, Nilfo Wandscheer, demonstrou durante a mesa "Saúde Ambiental: Os Desafio do Agrobusiness e o Problema da Sustentabilidade Ambiental", no auditório do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), como se conduz uma luta contra o agronegócio. Nilfo Wandscheer deu um depoimento sobre sua origem e o aprendizado que teve sobre o valor da natureza, da qual o homem é só mais um entre tantos seres que a compõem. |
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Agricultor mostra como se conduz uma luta contra o agronegócio
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Fórum Nacional de combate aos agrotóxicos
O III Seminário Nacional de Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente, realizado pela da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária com a sociedade civil sobre agrotóxicos aconteceu em Brasília nos dias 26 e 27 de outubro de 2009. O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos foi criado nesta ocasião, a fim de congregar todas as iniciativas e esforços numa ação nacional de combate aos efeitos nocivos dos agrotóxicos na saúde do trabalhador, do consumidor e ao meio ambiente.
Atualmente o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxico. Dados preliminares fornecidos pela indústria indicam que os produtores brasileiros compraram entre US$ 6,9 a US$ 7 bilhões de agrotóxicos.
As medidas de proteção a saúde do trabalhador não acompanharam esta evolução do mercado, há vários danos que se consolidam de forma silenciosa. O mais importante é intoxicação crônica a agrotóxicos. No entanto os registros destas intoxicações não são precisos, com raras exceções, pois não são registrados.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O Incômodo Censo Agropecuário.
Roberto Malvezzi (Gogó) - Comissão Pastoral da Terra
O último censo agropecuário trouxe verdades incômodas, que atiçaram a ira do agronegócio brasileiro. Afinal, a pobre agricultura familiar, com apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área agrícola, é responsável “por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil”, segundo o IBGE. Quando se fala em agricultura orgânica, chega a 80%. Além do mais, provou que tem peso econômico, sendo responsável por 10% do PIB Nacional.
Acontece que a agricultura familiar, além de ter menos terras, tem menos recurso público como suporte de suas atividades. Recebeu cerca de 13 bilhões de reais em 2008 contra cerca de 100 bilhões do agronegócio. Portanto, essa pobre, marginal e odiada agricultura tem peso econômico, social e uma sustentabilidade muito maior que os grandes empreendimentos. Retire os 100 bilhões de suporte público do agronegócio e veremos qual é realmente sua sustentabilidade, inclusive econômica. Retire as unidades familiares produtivas dos frangos e suínos e vamos ver o que sobra das grandes empresas que se alicerçam em sua produção.
Mas, a agricultura familiar continua perdendo espaço. A concentração da terra aumentou e diminuiu o espaço dos pequenos. A tendência, como dizem os cientistas, parece apontar para o desaparecimento dessas atividades agrícolas.
Porém, saber produzir comida é uma arte. Exige presença contínua, proximidade com as culturas, cuidado de artesão. O grande negócio não tem o “saber fazer” dessa agricultura de pequenos. E, bom que se diga, não se constrói uma cultura de agricultura de um dia para o outro. A Venezuela, dominada secularmente por latifúndios, não é auto suficiente em nenhum produto da cesta básica. Exporta petróleo para comprar comida. Chávez, ao chegar ao poder, insiste em criar um campesinato. Mas está difícil, já que a tradição é fundamental para haver uma geração de agricultores produtores de alimentos.
O Brasil ainda tem – cada vez menos – agricultores que tem a arte de plantar e produzir comida. No Norte e Nordeste mais a tradição negra e indígena. No sul e sudeste mais a tradição européia de italianos, alemães, polacos, etc. É preciso ainda considerar a presença japonesa na produção de hortifrutigranjeiros nos cinturões das grandes cidades.
Preservar esses agricultores é preservar o “saber fazer” de produtos alimentares. Se um dia eles desaparecerem, o povo brasileiro na sua totalidade sofrerá com essa ausência. Para que eles se mantenham no campo são necessárias políticas que os apóiem ostensivamente, inclusive com subsídio, como faz a Europa.
Do contrário, se dependermos do agronegócio, vamos comer soja, chupar cana e beber etanol.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Amanhã tem feira, festa de sementes e visita!!!!
Epifania Vuaden
Engenheira Agronoma
O Grupo de Intercâmbio da Agricultura sustentável –GIAS realizará o seminário sobre Sementes crioulas (sementes tradicionais ou sementes da paixão), no STRLRV – Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, nos dias
Mulheres guardiãs de sementes, agricultores, agricultoras, coletores e coletoras de sementes florestais do entorno das cabeceiras do Xingu, populações tradicionais da Baixada Cuiabana, jovens do Portal da Amazônia e representantes da agricultura familiar do médio norte matogressense são os convidados desta Festa das Sementes.
Nestes dias conversaremos sobre o resgate e produção de sementes tradicionais do GIAS - Resistência camponesa ao agronegócio de Mato Grosso; Lei de sementes e Mudas; lei de patentes; lei de cultivares e lei de acesso a recursos genéticos e os impactos no livre uso da agrobiodiversidade pelas comunidades locais e agricultores familiares. Também falaremos sobre estratégias locais de uso das sementes.
A Rede de coletores de sementes florestais e o Programa estadual de Agroecologia serão apresentados.
A Festa das Sementes contará com Feira de produtos da agricultura familiar nos dias 13 e 14 de outubro em frente ao STRLRV e no dia 15 iniciará a visita de intercâmbio aos projetos de alternativas ao Desmatamento e Queimadas na Riberião Grande, em Vera, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Cláudia.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Hoje tem festa no céu!!!!
Antônio Trindade – Seo Toni, pai da Jaque e do Matheus, avô do Tiago, amoroso esposo da Geni, nos deixou ontem a noite e foi tocar gaita pros anjinhos lá no céu!
A família do Sindicato deixa aqui seu agradecimento público ao Seo Toni que sempre esteve em todos os eventos do STR, animando a tod@s solidariamente, pelo simples prazer de cantar e tocar gaita!!!
Ele ,com sua simpatia, agradava a tod@s, cantando as músicas do sul, as italianas e um dia até acompanhou Vicente cantando em alemão.
Mara Régia, rádio Nacional da Amazônia, levou “América, América,...” pra todo@s os povos da floresta ouvirem... No “Sons do Brasil Central” ele acompanha Maria Maia a cantar “Tá tudo marron” e mesmo quando já estava doente, sua música já gravada anima o cd “SOS Natureza”.
Cara Geni e família muito obrigado por nos ter permitido ter a companhia de Seo Toni nestes momentos de festa e as portas do STR estarão sempre abertas a vocês.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas sedia II Encontro de Economia
03/08/2009 - Gustavo Nascimento / Estação Vida
Entre os dias 31 de julho e 2 de agosto foi realizado no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde - STRLRV o II Encontro de Economia Solidaria. O encontro reuniu sindicatos, associações, cooperativas e parceiros da Rede BR163+Xingu.
A ideia do Encontro surgiu ainda no ano passado na II Feira de Saberes e Sabores realizada também no sindicato de Lucas do Rio Verde, nela muitas palestras e apresentações sobre economia solidária foram apresentadas, faltando um espaço para que a própria Rede pudesse explanar as suas próprias práticas e as suas dúvidas.
A partir daí a Rede BR163+Xingu firmou uma parceria com a Unemat e um curso de 120 horas foi idealizado. O curso faz parte das atividades da Campanha Y Ikatu Xingu, e foi divido em 5 módulos, este encontro é apenas o segundo, mais três módulos estão previstos até o final do ano.
Economia Solidária
A Economia Solidária é um modo interessante e produtivo das pessoas se organizarem em torno do trabalho e de tudo que este pode gerar. É um movimento de organização das microsociedades que, a partir do trabalho coletivo, passam a desenvolver formas de geração de renda, todos têm suas necessidades satisfeitas e o uso dos recursos naturais é feito de forma responsável e consciente. Os produtores e produtoras solidários se organizam em sistemas de autogestão, quem consome e quem produz entram igualmente na cadeia.
Esses empreendimentos podem ser legalizados em forma de cooperativas, associações e empresas solidárias, o que se encaixa bem no perfil dos participantes da Rede BR163+Xingu. Somente em Mato Grosso o Ministério do Trabalho já catalogou mais de 22 mil empreendimentos que podem se encaixar nestes moldes.
O curso
O curso baseia-se em palestras e apresentações mais deveres de casa, em que os participantes levam para as comunidades tudo o que foi aprendido e compartilhado e tentam aplicar as novidades dentro das próprias comunidades, trazendo os resultados para o próximo módulo.
Neste segundo módulo os assuntos principais foram a economia solidária, os custos de produção e as práticas comerciais. Os participantes aprendem noções básicas de comércio e puderam também dividir suas experiências entre si.
“O curso quer fazer com quer as práticas solidárias não entrem somente na mente, e sim no coração”, afirma Epifânia Vuaden, coordenadora da atividade. Epifânia ainda afirma que o cursotende a pôr no papel o que as próprias comunidades já tinham enraizadas dentro da própria cultura da comunidade: “O Curso é um resgate do que nós (a Rede) realmente somos: solidários”.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Rede de Sementes do Xingu reune-se na Gleba Entre Rios
Augusto Pereira - ICV
Nesse fim de semana, dias 4 e 5 de julho, agricultores e técnicos participaram do Encontro da Rede de Sementes do Xingu na BR 163. O encontro foi realizado no assentamento Entre Rios,
Durante dois dias conheceram experiências de recuperação de mata ciliar, produção de sementes crioulas e foram recebidos nos sítios de Marçal Ribeiro e Luir Garbin. No barracão da Aproger (Associação dos Produtores Rurais da Gleba Entre Rios) aconteceram reuniões para planejar o funcionamento dessa rede que guardará sementes para troca e comercialização.
No primeiro dia Vinícius Oliveira falou da casa de sementes da comunidade Jacaminho e Iolanda Dambros falou da rede de sementes de que já participa, animada pelo Gias (Grupo de Intercâmbio da Agricultura Sustentável).
Cada agricultor presente já era um cuidador de sementes, guardava sementes de árvores, mudas, ramas de mandioca, milho crioulo e guarda o conhecimento da germinação e desenvolvimento de cada uma delas. No assentamento Entre Rios o trabalho de cuidar da natureza e da agricultura é ajudado no ar por abelhas que fazem o valioso serviço de misturar o pólen das flores. A apicultura é uma forma de renda e conservação em várias das comunidades envolvidas.
Enquanto isso, na terra firme, as agricultoras e agricultores planejaram onde serão guardadas essas sementes e quem é responsável por isso nas comunidades. Todos se comprometeram em fazer reuniões e repassar o que foi decidido no encontro. José Nicola da Costa, animador da Rede de Sementes no outro lado da Bacia do Xingu, no entorno da BR 158, falou de critérios para ser um coletor de sementes com condições de trocar e vender. A demanda por sementes cresce com a necessidade de recuperação das áreas degradadas
Segundo Nicola, na BR 158 já tem dois anos de experiência, mas a intenção é que os dois lados caminhem juntos. Epifânia Vuaden, uma das organizadoras do evento, disse que foi um dos melhores eventos já realizados pelas comunidades rurais na região da BR 163. O STR de Lucas do Rio Verde entrou com recurso do projeto de Rede de monitoramento socioambiental dos projetos PDA/PADEQ, e todos os parceiros ajudaram de alguma forma. “Esse encontro foi possível porque vários parceiros realizaram juntos”, diz Epifânia.
No encerramento, com a Lua já no céu escurecendo, Maria Maia cantou uma de suas composições e todos a acompanharam. Maria é assentada em Peixoto de Azevedo e compõe músicas que falam da terra e da frágil relação das pessoas no ambiente. Ao final plantaram uma muda de pequi rodeada de sementes.
Também colaboraram o Instituto Centro de Vida, Instituto Socioambiental, a Associação dos Produtores Rurais da Gleba Entre Rios, o Instituto Ouro Verde, a Associação dos Agricultores Familiares Extrativistas da Ribeirão Grande, Instituto Socioambiental, Associação do PA Califórnia, GT Univida do Ena, Associação Renascer do PA Cachimbo, Assentamento Tupã, Pastoral da Juventude Rural e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.