Ocorreu nos dias 30,01 e 02 de junho em LRV o quinto modulo do curso de Economia Solidaria ministrado por Clovis Vailant. O curso reuniu pessoas ligadas a sindicatos, grupos civis, cooperativas, associações e coletivos.
No decorrer do curso, foram revistas as demandas de trabalho dos grupos envolvidos e ações estratégicas que precisam ser desenvolvidas e implementadas para a continuação do avanço da EcoSol em nosso estado.
Também houve uma troca de experiências intensa. Contavam suas praticas, tecnologias, e historias. O aprendizado recorrente dos diálogos foi enorme e todos puderam compreender ainda mais o papel da EcoSol na sociedade em que vivemos.
O saldo foi positivo para ambos os envolvidos e fortaleceu o ainda mais o laço solidário que esta se fortalece e se aglutina em nossa sociedade.
No dia 01 a noite após o evento ocorreu um evento cultural que teve a participação do Coletivo Noma.
Na abertura houve a apresentação do grupo cultural Grüner Wald. O grupo que utiliza a dança germânica como forma de expressão fez uma bela abertura.
Após a dança veio a musica raiz da Cantora e Compositora Maria Maia. Com letras que falam da necessidade de preservação do meio ambiente e das belezas da fauna e flora. Sua musica emocionou e encantou a todos que lutam por um mundo mais consciente e solidário.
A banda CultuE tocou para um publico que foi possível conviver e interagir por três dias. Ali na frente do palco estavam as pessoas que durante três dias foi possível conhecer um pouco das suas lutas e anseios. Pessoas que são parceiros para a formação de um mundo mais solidário.
A partir do dia quinze de Dezembro de 2009, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde – MT, representado pelo Sr. Nilfo Wandscheer presidente do mesmo, começou uma jornada de reuniões no Norte de Mato Grosso com o objetivo de apresentar novos projetos, discutir o plano da BR 163 e projeto da Governança Florestal nas Cabeceiras do Xingu.
O primeiro destino foi Guarantã do Norte, e o local da reunião foi no STTR, onde foi conversado sobre a legalização das instituições e associações, para que na hora de serem criados novos projetos, a dificuldade nesse ponto não apareça. Além de encontrar um foco para que o trabalho seja bem concluído, que ocorra cursos para capacitação técnica para que a vida dos assentados que estão em torno da BR 163 e outros assentados se tornem melhor acada dia. E sobre as reservas agro-florestais foi discutido e a idéia de surgir parcerias com universidades que foi bem aceita pelos presentes.
No dia dezesseis, pela parte da manhã a reunião foi em Matupá, no STTR, onde foi discutido sobre a regularização dos pequenos proprietários de terra, que estão em torno da BR 163, como saúde, educação, energia elétrica, assistência técnica e outros.
No dia dezesseis, na parte da noite, em Peixoto de Azevedo, no Sindicato dos Garimpeiros. O projeto que estava sendo discutido é o reflorestamento de áreas desmatadas com o plantio de seringüeiras.
No dia dezessete de manhã em Colíder, na prefeitura, foram apresentados os projetos, discutido sobre projetos que podem ser feitos com a colaboração da prefeitura de Colíder.
E na parte da noite, em Sinop, na UNEMAT, onde os professores apresentaram os projetos da universidade com a educação do campo como os Canteiros de Sabores e Saberes. Lá também foi discutido que os pequenos produtores tem a capacidade de ajudar na economia de um município.
E para encerrar a jornada de reuniões o destino final foi o Assentamento Mercedes I e II.Onde o fortalecimento das associações com capacitação técnica está muito precária, pois cerca de 90% dos assentados não sobrevivem do seu sitio, tendo que trabalhar em outros lugares para poder manter suas famílias.
Nessas reuniões foram discutidos sobre projetos como a Governança Florestal, planos da BR 163, sobre novas propostas e recursos para a criação de projetos bem sucedidos. As soluções apontadas nas reuniões foram de que a educação no campo tem ser adotado por todos.
No periodo de 22 a 26/02, está sendo realizado na sede do Sindicato dos trabalhadores Rurais, "Capacitação de Bonivicultura Leiteira", através do programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Embrapa.
O objetivo do treinamento é a capacitação dos pequenos produtores rurais com informações tecnológicas para serem aplicadas em suas propriedades, levando em consideração que esta cultura apresenta grande potencial econômico na região e consequentemente a agricultura familiar será beneficiado.
Colocando em prática as técnicas e métodos ensinados na capacitação o produtor consegue aumentar a sua renda e passa a ter a competitividade no mercado e aquece o setor.
Na manhã do ultimo dia 09/02/2010, aconteceu um despejo na Gleba Ribeirão Grande, mais especificamente no lote 40, onde foram retiradas do local por força de Liminar 09 (nove) familias Trabalhadoras Rurais oriundas da região de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
Segundo o STTRNM, ocorreu vários fatores que levaram o Judiciário de Nova Mutum a espedir a Liminar, sendo primeiro deles, foi de não se atentar que aquele lote, fica numa região de terras Federais. O segundo, que foi uma oficiala de Justiça da 1ª Vara do Forum de Nova Mutum, no dia 17/10/2008, deu IMISSÂO DE POSSE ao INCRA, em cumprimento da Carta predatória nº 492/2008 ref. ao processo nº 2004.36.000226-4, ou seja os trabalhadores estavam no seu direito, ademais que tinham autorização expressa do INCRA para estarem ocupando a área. Terceira, foi protocolado a petição no dia 03/02/2010, 6 dias antes do cumprimento da Liminar, e essa petição não foi juntada ao processo. Petição essa que comprova, que a terra é realmente do INCRA, e este autoriza a entrada e permanência dos trabalhadores na referida área.
Então no dia 09/02/2010, foi cumprido a Liminar, com força excessiva por parte da policia, que com aproximadamente 30 homens armados acompanharam o oficial de justiça em cumprimento da Liminar, porem não deixaram que os trabalhadores entrassem em contato com seus familiares e sindicatos, para informarem da Ação, nem ao menos deixaram que os trabalhadores retirassem do local seus pequenos animais, colhessem sua plantação retirassem seus bens materiais, como telhas, madeiras, lonas. Um verdadeiro abuso, uma vez que após retirarem as familias, se viu de longe a fumaça, provavelmente queimaram tudo que ficou lá.
O que também deixa indignado, foi a forma que esses trabalhadores foram tratados, uma senhora passou mal, pegaram-na, trouxeram até o corpo de bombeiros e a deixaram no hospital, sem ao menos perguntarem se tinha parentes, dinheiro e condição de depois voltar para sua casa.
Pequeno produtor rural de Lucas do Rio Verde (MT) relatou luta da comunidade para barrar a contaminação por agrotóxicos de lavouras vizinhas
Elége Fante/EcoAgência
O segredo é não comprar briga sozinho, diz Wandscheer
Por Eliége Fante, Especial para EcoAgência de Notícias
O pequeno produtor rural e líder sindical em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, Nilfo Wandscheer, demonstrou durante a mesa "Saúde Ambiental: Os Desafio do Agrobusiness e o Problema da Sustentabilidade Ambiental", no auditório do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), como se conduz uma luta contra o agronegócio. Nilfo Wandscheer deu um depoimento sobre sua origem e o aprendizado que teve sobre o valor da natureza, da qual o homem é só mais um entre tantos seres que a compõem.
Ele relatou a luta que ainda vigora pela defesa de um ambiente saudável no município que adotou, já que ele é natural do leste catarinense. “Lá, o agronegócio estabeleceu a monocultura como o modelo. Então, a soja avança no Cerrado através do desmatamento, da grilagem de terras e do fogo,” contou. Ele apresentou uma imagem área do município que demonstra o cerco que a monocultura faz a Lucas do Rio Verde. O que não desmente o uso de agrotóxicos e as consequências que provoca na população, através dos aviões que passam dessecante.
Sendo assim, descreveu o início de uma luta que perdura: no dia 02 de março de 2006, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, recebeu uma denúncia de chacareiros do município de que as folhas das hortas apresentavam queimaduras, o que eles atribuíam ao uso de dessecante nas lavouras vizinhas. A Secretaria Municipal de Agricultura foi comunicada, mas por não ter dado retorno, o Sindicato repassou a denúncia à rede de entidades parceiras. Uma semana depois a denúncia foi encaminhada ao Ministério Público. Mais uma semana, e o Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) constatou o dano.
Após mais uma reunião entre os atingidos e o poder público municipal, os sojicultores foram convocados para uma reunião. Atendendo a um pedido do Sindicato, foi convocada uma audiência pública, mas os atingidos apenas foram informados desta, um dia antes. Houve repercussão na imprensa nacional e de outros países como Holanda e Malásia. Nilfo destacou o papel da imprensa na divulgação das denúncias, o que teria fortalecido a causa.
Finalmente, em junho do mesmo ano, obtiveram resultados da mobilização social, dentre eles: a formação de um grupo de trabalho que acompanha o desenrolar dos fatos; a realização de outra audiência; a capacitação dos profissionais da área de saúde do Estado para diagnosticar intoxicação por agrotóxico; a tomada de conhecimento pela sociedade de que não havia laboratórios nem fiscalização para prevenir acidentes químicos com agrotóxicos; o início de um projeto de monitoramento da água, ar, solo e saúde humana.
“O segredo é não comprar briga sozinho. Pois, não é uma luta só nossa, que ficamos com os resíduos; os alimentos são exportados e foi importante estabelecer um diálogo com os europeus para que se preocupassem com a qualidade do seu consumo e exigissem critérios e uma certificação,” afirmou. Ele está certo de que precisa haver uma mobilização total e uma discussão sobre este modelo agrícola.
O III Seminário Nacional de Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente, realizado pela da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária com a sociedade civil sobre agrotóxicos aconteceu em Brasília nos dias 26 e 27 de outubro de 2009. O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos foi criado nesta ocasião, a fim de congregar todas as iniciativas e esforços numa ação nacional de combate aos efeitos nocivos dos agrotóxicos na saúde do trabalhador, do consumidor e ao meio ambiente.
Atualmente o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxico. Dados preliminares fornecidos pela indústria indicam que os produtores brasileiros compraram entre US$ 6,9 a US$ 7 bilhões de agrotóxicos.
As medidas de proteção a saúde do trabalhador não acompanharam esta evolução do mercado, há vários danos que se consolidam de forma silenciosa. O mais importante é intoxicação crônica a agrotóxicos. No entanto os registros destas intoxicações não são precisos, com raras exceções, pois não são registrados.
Roberto Malvezzi (Gogó) - Comissão Pastoral da Terra
O último censo agropecuário trouxe verdades incômodas, que atiçaram a ira do agronegócio brasileiro. Afinal, a pobre agricultura familiar, com apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área agrícola, é responsável “por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil”, segundo o IBGE. Quando se fala em agricultura orgânica, chega a 80%. Além do mais, provou que tem peso econômico, sendo responsável por 10% do PIB Nacional.
Acontece que a agricultura familiar, além de ter menos terras, tem menos recurso público como suporte de suas atividades. Recebeu cerca de 13 bilhões de reais em 2008 contra cerca de 100 bilhões do agronegócio. Portanto, essa pobre, marginal e odiada agricultura tem peso econômico, social e uma sustentabilidade muito maior que os grandes empreendimentos. Retire os 100 bilhões de suporte público do agronegócio e veremos qual é realmente sua sustentabilidade, inclusive econômica. Retire as unidades familiares produtivas dos frangos e suínos e vamos ver o que sobra das grandes empresas que se alicerçam em sua produção.
Mas, a agricultura familiar continua perdendo espaço. A concentração da terra aumentou e diminuiu o espaço dos pequenos. A tendência, como dizem os cientistas, parece apontar para o desaparecimento dessas atividades agrícolas.
Porém, saber produzir comida é uma arte. Exige presença contínua, proximidade com as culturas, cuidado de artesão. O grande negócio não tem o “saber fazer” dessa agricultura de pequenos. E, bom que se diga, não se constrói uma cultura de agricultura de um dia para o outro. A Venezuela, dominada secularmente por latifúndios, não é auto suficiente em nenhum produto da cesta básica. Exporta petróleo para comprar comida. Chávez, ao chegar ao poder, insiste em criar um campesinato. Mas está difícil, já que a tradição é fundamental para haver uma geração de agricultores produtores de alimentos.
O Brasil ainda tem – cada vez menos – agricultores que tem a arte de plantar e produzir comida. No Norte e Nordeste mais a tradição negra e indígena. No sul e sudeste mais a tradição européia de italianos, alemães, polacos, etc. É preciso ainda considerar a presença japonesa na produção de hortifrutigranjeiros nos cinturões das grandes cidades.
Preservar esses agricultores é preservar o “saber fazer” de produtos alimentares. Se um dia eles desaparecerem, o povo brasileiro na sua totalidade sofrerá com essa ausência. Para que eles se mantenham no campo são necessárias políticas que os apóiem ostensivamente, inclusive com subsídio, como faz a Europa.
Do contrário, se dependermos do agronegócio, vamos comer soja, chupar cana e beber etanol.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde é uma entidade representativa dos agricultores falimiares, assalariados rurais e agricultores sem terra. Tem compromisso com os Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Ambientais dos indivíduos.
Por isso realiza diversos projetos que buscam a formação cidadã, técnica e a cooperação entre as pessoas e associações.