quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Feira e Seminário de Economia Solidária





E a Feira aconteceu............. e foi tão bonita.... e veio tanta gente.... o Seminário me surpreendeu... trabalhamos muito e valeu a pena!!
Camila e o pessoal do ENA chegaram no dia 02 de dezembro de 2008 e ajudaram em tudo: limpeza, organização do material, compras, logística.
Iolanda e o pessoal da AAFERG planejaram e fizeram a decoração mais linda que já vi no auditório do STRLRV. Nada de flores de São Paulo; juta, mudas dos viveiros do Beija-Flor e os produtos da região.
Celito e Dinho receberam e montaram as barracas da feira. Augusto Pereira chegou no dia 03 a tarde, fez compras, organizou o palco com a ajuda das meninas de Carlinda e do ENA.
No dia do Seminário:
Ledi e Jô ajudaram na hora das inscrições, distribuíram pastas com material e identificaram todo mundo.
No comecinho da manhã do dia 04 de dezembro de 2008, o seminário começou, contei porque estávamos reunidos. É porque essa região é muito melhor de se viver do que a mídia divulga, aqui também tem agricultura familiar, com respeito a legislação ambiental, sem uso de agrotóxico, respeitando o direito a sombra e água boa das pessoas e das vaquinhas, com muita produção de comida.
Nilfo sugeriu que nos apresentássemos e aí Luir e Maria cantaram “Embarca morena, embarca, molha o pé mas não molha a meia. Eu vim lá de Cláudia, Guarantã do Norte, Peixoto de Azevedo, Carlinda, Alta Floresta, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Vera, Feliz Natal, Entre Rios, Nova Mutum, Belém, Brasília, Porto Alegre, Cáceres , Rondônia fazer barulho na terra alheia”
Nilfo fez a acolhida do STRLRV, contou de sua alegria em encontrar todos parceiros da Rede por aqui e falou da importância deste evento. Ele fez um histórico dos eventos que antecederem este. A organização participativa é que nos dá a certeza do sucesso de nosso processo de contrução.
O prefeito municipal também veio e disse que podemos contar com ele. Citou a importância da recuperação das Apps e sugeriu algumas parcerias entre o agronegócio e a agricultura familiar.
Todo dia,quando batia o cansaço, cantávamos com Solange, FORMAD, “Essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós, é de todos nós, e a melodia principal...”
O professor Clóvis (UNEMAT e REMSOL) e a professora Dilma (UNEMAT e REMSOL) explicaram o conceito de economia solidária. Para compreender o processo é preciso relembrar que:
a agricultura familiar é responsável por grande parte dos alimentos que vem na nossa mesa,
na nossa região a maior parte dos alimentos vem do sul e sudeste do Brasil,
o agricultor não tem experiência de comercialização e,
há uma cultura, na mídia, do não saber do agricultor.
Dilma expôs um conflito: Como fazer economia solidária em um país capitalista? Ela explicou que a comercialização solidária está dentro do capitalismo, veio dos países capitalistas desenvolvidos. Não vamos nos blindar para viver o socialismo dentro do capitalismo. É organizar as pessoas que estão fora do mercado formal, provar o potencial que eles têm e valorizar isso.
Clóvis disse que não há uma definição clara, ela começa a partir de quem pratica, mas existem princípios:
tem que ser coletivo e o resultado distribuído de forma justa,
suprafamiliar – não somente família (depende da comunidade também, indígenas quilombolas tem estrutura familiar diferente),
perceber e ter compromisso com o ambiente,
democracia dos processos de decisão, todos tem voto e voz.
Também comentou sobre os rumos da Rede de Economia Solidária. O coletivo gestor da rede está pensando em novas estratégias para dialogar com toda a base da rede de articular. “Temos que pensar na porteira para fora, na comercialização. Esse ponto foi tirado dos agricultores historicamente. Quem dava o valor dos produtos da agricultura familiar eram os agricultores, hoje já não sabem quanto vale seus produtos. O mercado não é capitalista ele está capitalista.”
A revolução verde não foi só no processo produtivo, foi também no desligamento do agricultor do mercado, fizeram isso 450 anos e a partir daí disserem que eles não sabiam mais fazer. Produtos como hortifrutigranjeiros e reciclados servem para sonegar imposto, embaixo das cargas há contrabando. A sonegação é muito alta, não dá para verificar quanto de tomate entra no estado porque eles não pagam impostos, não tem registros. Para saber o que vem de fora tem que ver o consumo, nos mercados.
A Empaer fomentava que os agricultores não poderiam produzir de tudo, tinha que ser bom em uma coisa só. Agora estamos com superprodução de alguns produtos, como por exemplo, leite. Ele não aumenta mais o preço, tem muita gente produzindo e mesmo assim, nos mercados, os laticínios vem de outra região.
Se nós fizermos o cálculo básico de valor de produtos (valor dos materiais + trabalho + lucro que eu quero) com os produtos da agricultura familiar, nós vamos ver que teremos que dobrar o preço. Os supermercados obrigam o agricultor a fornecer uma carga e só então compram as outras mercadorias, aí ele lança uma promoção no mercado (“aniversário”), quem paga é o colono.
Nós precisamos construir nosso mercado, para termos realmente participação justa dos benefícios. Além de pensar na comercialização, temos que pensar também na rede de consumo, negociar com quem consome. Há uma articulação com os professores das redes de ensino pública de Cáceres para que eles comprem uma cesta da agricultura familiar por mês.
Nosso maior mercado consumidor é Cuiabá mas, como vamos fazer para levar nossos produtos para lá. Dados importantes: 4,25% do PIB no MT ficam com os trabalhadores e trabalhadoras, 7% com os fazendeiros e o restante fica com os produtores de insumos, sementes e maquinários.
TROCA DE EXPERIÊNCIAS
Semildo - RECA (Reflorestamento Ecológico Consorciado e Adensado). Após assistirmos os vídeos do RECA, houve um espaço de troca riquíssimo. Alguns pontos chamaram mais atenção dos parceiros de Rede BR 163 + Xingu:
Opção por espécies da Amazônia (Castanha, Pupunha, Cupuaçu, andiroba, açaí, palmito, mel),
agroecologia e agrofloresta,
educação do campo no regime de alternância,
solidariedades entre as pessoas que ali convivem,
parceria com EMBRAPA/INPA.
O que mais surpreendeu foi a organização, onde todos são donos do processo. Existe um comprometimento de todos, isso que faz a diferença, é participativo com uma forma colegiada de gestão. São 12 grupos com 7-28 famílias. Cada um escolhe uma pessoa que vai compor uma diretoria, é uma “eleição” para definir os cargos, a “chapa” já está montada. Essa pessoa tem direito de um dia de trabalho de cada um de seu grupo para tocar a sua roça. A organização é parlamentar, não há eleição, porque aí você já cria um grupo que ganha e outro que perde e então os que perdem não
participam como fariam se tivessem ganhado. O envolvimento total das pessoas é a chave do sucesso.
A divisão de tarefas dentro do Reca também é diferenciada, cada grupo tem três pessoas chave: um coordenador, uma líder homem e uma mulher. Há os departamentos: comercial, industrial, de produção, de assistência técnica, mas a decisão é coletiva em todas as instancias. Lá todos mandam juntos. O sucesso do Reca está na união e respeito entre as pessoas.
Os salários são diferentes, mas a vaga é aberta para quem quer concorrer. Tira-se todas as despesas e no final divide entre todos. O que recebe é proporcional a sua produção. Você assume a responsabilidade de acordo com suas habilidades, os cargos são por mérito. Não há desigualdade de renda entre quem está na presidência e quem está na base. E também não há um sacrifício do presidente de suas criações, de sua lavoura de subsistência (o grupo cuida da lavoura dele), ele resolve as questões burocráticas. Renda: R$ 40 – 50.000,00 livre/ 13 hectares de agrofloresta.
Domingos - Cooperagrepa contou a experiência do Território Portal da Amazônia e da Cooperativa Sem Fronteiras.
O objetivo da Cooperativa sem Fronteiras é criar uma rede internacional para buscar canais de comercialização direta. Trabalhar os produtos para que tenham qualidade, selo de origem. Alcançar o maior valor agregado no mercado local. Fortalecer as organizações, intercambiar conhecimentos, valorizar o comércio local, regional e nacional. Entrar na Rede de importação e exportação de produtos de diversos países na América Latina e Europa com procedência de experiências sustentáveis.
Stefano – Rede Eco Vida organizaram um Circuito de comercialização agroecologica no sul do Brasil
A Rede ECOVIDA compreende 24 núcleos regionais no sul do Brasil e sul de SP. O núcleo é formado por grupos da região + cooperativa de consumidores + instituição de apoio. Todos trabalham com os princípios da agroecologia.
Em 2006, 4 organizações iniciaram a Rede: Ecoserra, Ecoterra, AOPA, Cooperafloresta. Era mais um sentimento de demanda de construir um outro tipo de comercialização do que uma ação organizada e pensada, com estratégias definidas.
Princípios:
ser agroecológico com selo da Rede,
trabalhar com agricultores familiares e suas organizações,
trabalhar na perspectiva do comércio justo e solidário
primeiro atender as necessidades dos agricultores familiares e o excedente vai para venda,
Como trabalhar mecanismos de preço justo?
Encontros periódicos = gestão e negociação de preços
A construção da planilha aberta de formação de preços é um desafio prioritário
Padrão definido por cada estação núcleo
Principais mercados: feiras e merenda escolar
Necessidade de padronizar os documentos de comercialização (avaliação de conformidade, transporte e legalização)
Utilizar biocombustível dentro do circuito
Tem 3 certificadoras, quem trabalha com exportação ou em mercados formais em SP tem o selo da Ecocert e IBD, mas nosso trabalho é não ter isso, e sim certificar pelos sistemas participativos de garantia. Isso se dá pelo contato direto com o consumidor.
Outro desafio é que além de você organizar o meio rural temos que dar conta de organizar os urbanos também, que é muito mais difícil
Luis Carraza – ISPN, apresentou a REDE CERRADO. Ele explicação sobre o PPP – Ecos - Programas de pequenos projetos ecosociais: apoio de iniciativas da sociedade civil organizadas no cerrado, são 301 projetos apoiados em 14 estados.
Estão testando relatórios com outras formas como vídeos, cartilhas, etc, para que todos possam acessar e trabalhar com o recurso.
Cerrado faz contato com todos os outros biomas e essas zonas de transição são definidas como as mais ricas em termos de biodiversidade.
A Central do Cerrado nasceu quando várias instituições com a produção consolidada queriam colocar a produção em mercados maiores, porque o mercado local já estava consolidado. Demoraram 1 ano para ter uma lista de preços dos produto igual. Após isso contrataram um vendedor, após 6 meses ele não tinha conseguido vender quase nada, principalmente porque os produtos não tinham registro. Muito também porque os agricultores trabalham com o que dá e não com o que o mercado quer.
Agora fazem venda direta aos consumidores, estão trabalhando em vários estados, com projetos piloto com grupos organizados.
Central do Cerrado = articulação e venda dos produtos. Encontros periódicos com os grupos. Principal venda – feiras e eventos (não precisam estar todos dos grupos, podem estar apenas 2-3 pessoas); coquetéis, lanches ecossociais, cestas temáticas, vendas pela internet, venda direta no espaço da central. Se houver necessidade alguém pode fazer um intercambio lá entendendo o dia-a-dia.
Arnoldo – Naturais da Amazônia, Novas Opções em cadeias Produtivasde Produtos florestais não madeireiros. OLEAGINOSAS: Matéria Prima para INDUSTRIA ou USO COSMÉTICO
Ele propõe agregar valor, que comunidades tradicionais beneficiem seus produtos para aumentar a renda e diminuir atravessadores na cadeia produtiva.
É importante criar mercado para os produtos da Amazônia e, é este o papel da Naturais da Amazônia. As comunidades passam por um processo de capacitação para garantir a qualidade dos produtos, desde a coleta até o beneficiamento.
A empresa compra os princípios ativos e comercializa via internet. A empresa tem como foco central o fortalecimento das comunidades, a preservação da cultura e tradições, com grande preocupação ambiental. O grande desafio é provar que são uma empresa privada com uma proposta diferenciada, parceiros não compradores. O e-commerce é a ferramenta de comercialização da Naturais da Amazônia.
Encerrada a troca de experiências, chegou o momento de nos apresentarmos, contar quem somos, o que une a Rede BR 163 + Xingu. Para isso contamos com a ajuda das instituições parceiras no levantamento dos dados e, da organização do Diagnóstico da Agricultura Familiar no Médio Norte do Mato Grosso feita por Camila (ICV) e Alexandre (IOV).
A região é composta pelos municípios de São José do Rio Claro, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Vera, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Cláudia-MT.
De acordo com os dados do IBGE, 2000, para estes municípios; a população urbana é maior ou igual a 70% com exceção de Nova Ubiratã onde é de 29%. A concentração de renda medida pelo índice de Gini* é aproximadamente 0,5 e o IDH** (índice de desenvolvimento humano é maior de 0,7.
*O índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula).
**O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população.
Conforme o IBGE, 2006, as principais lavouras temporárias no Estado de MT são soja (65,65%), milho (21,35%), algodão (7,26%) e outras (5,74%). Os municípios em questão tem participação de 13,28% do total desta produção, conforme gráfico abaixo.
Quadro 1: Lavouras temporárias no território médio norte de MT
Produto
Claudia
Feliz Natal
Lucas do Rio Verde
Nova Mutum
Nova Ubiratã
Vera
Total
% (MT)
Abacaxi (frutos)
105
-
180
1.460
563
62
2.370
5,69
Algodão herbáceo (em caroço)
-
-
25.283
57.157
12.132
3.488
98.060
7,15
Amendoim (em casca)
-
-
-
-
-
-
0
0,00
Arroz (em casca)
2.921
5.139
548
2.107
7.177
4.413
22.305
10,48
Batata-doce
-
-
-
-
-
-
0
0,00
Cana-de-açúcar
-
58
-
-
25
-
83
0,02
Feijão (em grão)
530
-
222
514
5
-
1.271
2,24
Girassol (em grão)
-
-
534
900
322
342
2.098
16,60
Mamona (baga)
-
-
-
1.451
125
-
1.576
69,80
Mandioca (ton)
540
450
360
595
3.750
500
6.195
2,06
Melancia
120
-
60
280
-
-
460
1,81
Melão
-
-
-
-
-
-
0
0,00
Milho (em grão)
1.921
1.046
101.325
36.961
21.199
5.832
168.284
19,41
Soja (em grão)
20.161
25.207
184.689
265.524
164.068
75.073
734.722
16,54
Sorgo granífero (em grão)
-
-
819
1.538
136
213
2.706
9,14
Tomate
-
-
192
-
-

192
7,01
Fonte: IBGE, 2006
Estes números mostram que os dados oficiais consideram que a economia do Território está baseada em grandes monocultivos. Não questionamos o fato, mas consideramos a região com grande potencial para produção de alimentos e, já há indícios da descoberta deste potencial. A Rede já fez vários diagnósticos desta produção, sem que no entanto tenhamos dados passíveis de comparação com os dados oficiais. Por enquanto foi possível mostrar um quadro comparativo da produção de abacaxi e mandioca (ver quadro 2), onde observamos claramente que os agricultores familiares estão investindo e já há uma produção maior de abacaxi e mandioca, nas comunidades componentes da Rede, do que os dados oficiais apresentam para o município.
Historicamente, os créditos da região são direcionados para o agronegócio. Projetos de assentamentos foram implantados em locais de difícil acesso, longe do mercado, sem qualquer infraestrutura e mesmo assim os guerreiros-sobreviventes produziram riqueza como se vê no quadro 3. O descaso da nação com estas pessoas não permitiu que estes deixassem de construir seus sonhos. A Rede fortaleceu as instituições parceiras e, neste momento podemos cobrar a presença do Estado na região e a inclusão do setor da produção de alimentos na economia local.
Para exemplificar, o investimento dos projetos PDA/PADEQ na apicultura resultou numa produção de 4.100 toneladas de mel nas três comunidades onde o mel é alternativa econômica: Ribeirão Grande, Entre Rios e Califórnia. Ver quadro 3.
Quadro 2: Comparativo entre os dados do IBGE 2006 e os dados coletados pelos parceiros, nos municípios para a produção de abacaxi e mandioca.
Produto
Claudia
Feliz Natal
Lucas do Rio Verde
Nova Mutum
Nova Ubiratã
Vera
Total
% (MT)
Abacaxi (frutos)
105
-
180
1.460
563
62
2.370
5,69
produção no PA Zumbi
ENA
Ribeirão Grande
Entre Rios e Sta Terezinha
Califórnia
Pés
2000
180000
-
11000
320000
45000
558000
Mandioca (ton)
540
450
360
595
3.750
500
6.195
2,06
produção no PA Zumbi
ENA
Ribeirão Grande
Entre Rios e Sta Terezinha
Califórnia
-
Ton
700
14000
-
-
3000
-
17700
Quadro 3: Dados de produção do território médio norte de MT
Informações
Cláudia
Vera
Nova Ubiratã
Nova Mutum
Feliz Natal
Total do MT
% Em relação ao território
PA Zumbi
Califórnia
ER e ST
RG
ENA
Total
Nº de estabelecimentos
150
230
544
20
382
1.326
nº de bovinos
25
1.000
3.000
100
1.200
5.325
26.064.332
2,11
nº de suinos
50
1.000
700
400
(170 hec)
2.150
1.439.626
0,87
Frangos, frangas, galos, pintos
3.000
3.000
3.000
2.000
6.250
17.250
17.451.063
0,77
Ovos de galinha caipira
12.000
15.000
600
27.600
54.184.000
1,28
Leite de vacas ano
5.500
144.000
219.000
47.000
415.500
583.854.000
6,86
Mel de Abelha/ano
0
800
2.000
1.300
4.100
365.006
16,42
Fonte: STRLRV, APROGER, AAFERG, APPAFC, GT Univida, Prefeitura Municipal de São José do Rio Claro, GAPA e Grupo Tucanos.
Vejamos agora informações publicadas na Revista ECO em 29 de outubro de 2008.
O mercado diz que não há produção de alimentos em MT. “A terra no Mato Grosso é generosa. Mas não com seus filhos. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Seder), 56% de todos os alimentos consumidos por aqui são “importados” de outros estados. E, dependendo do produto, esse percentual pode ser muito superior.”
“O presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altair Pierozan Magalhães quando perguntado sobre quais são os principais itens que ele precisa encomendar de outros estados, responde: “Tudo. A não ser óleo de soja, mandioca, açúcar e carne”, de maneira geral. “Nós não temos fábrica de massa, ou qualquer outra, apenas duas empacotadoras de arroz e açúcar. Não produzimos batata, cebola, tomate, nada disso”.
“Por causa da necessidade de importação de alimentos, o mato-grossense depende de viagens de caminhões que demoram de três a sete dias para que itens básicos cheguem às prateleiras”.
“Temos no estado alguns produtores, claro, mas não temos vocação para hortaliças, por exemplo”, diz. Ele acredita que a razão para essa necessidade de importação seja característica da colonização que ocorreu no estado. “Eu não sou do ramo, não sei se produzir essas coisas é mais fácil ou mais difícil. Eu só não consigo entender por que Mato Grosso não tem um produtor de batata. Por que aqui a gente não produz nada?”, indaga-se.
“O estado que se vangloria por segurar a balança comercial do Brasil no azul, que transformou 8,6 milhões de hectares em lavouras mecanizadas de grãos, e tem 25 milhões de hectares de pastagem ainda não conhece sua própria produção interna de alimentos”.
Agora precisamos saber quanto o Estado já investiu na produção de alimentos e comparar com os investimentos no agronegócio, este é um dos desafios para 2009. Obviamente, é possível produzir, mas quem compra 280 Km longe da BR 163? Quem leva insumos nesta distância, em “estrada” de terra? Acreditamos em mercado local, justo e solidário. Para isso, será necessário diálogo com as prefeituras municipais e demais instâncias locais que não tem sido receptivas com assentados e agricultores familiares, pois suas políticas são voltadas ao agronegócio.
Alexandre, Plano Territorial de Comercialização do Portal da Amazônia. Pensar a comercialização do ponto de vista territorial é interessante pois:
–Fortalece-se a imagem dos produtos do território
–Facilita-se o comércio interno, tanto pensando nos consumidores finais quanto na rede varejista
–Pode-se ganhar competitividade para alcançar mercados externos
–Maior gerência dos agricultores familiares no processo de comercialização
A agricultura familiar tem limitações pois não consegue ter uma oferta regular e constante, pouco beneficiamento, não atinge o mercado, tem problemas de qualidade. Para superar isso é preciso reconstruir o modelo de comercialização; agora com foco nas pessoas, estimulando a cooperação, equidade, organizando as cadeias de produção e tendo o agricultor como gestor da comercialização.
Irracionalidade da cadeia produtiva = produtos que saem de um local para industrialização e retornam ao mesmo local custando 10 vezes mais devido essa irracionalidade, de armazenar em um local, beneficiar em outro e vender em outro. Alexandre disse: “Para modificar a cadeia vamos investir em consumidor que entenda que alface não produz na chuvarada”.
Já somos um território, temos uma articulação de pessoas e instituições que se identificam como médio-norte, temos um trabalho articulado.
O estado é muito insensível as diferenças entre a realidade cada região, a nível de município é pouco, é uma unidade muito pequena para gerar transformação de modelo. É aí que parte a estratégia de juntar municípios para trabalhar a mudança. O trabalho que vem sendo fazendo com a agricultura familiar aqui já nos caracteriza como território.
Nós não temos uma identidade de centro-oestino por exemplo, existem macro-regioes que dão identidade, nordestino, gaúcho, sulista, amazônico, etc.
Rodrigo Noleto – MMA/PDA, Cenários Projetos PDA em MT: desafios e potencialidades. Quem somos:
11 PADEQ
1 Consolidação
1 Rede
Apresentação dos projetos em andamento: Beija-flor, Entre Rios, ICV, STR, GAPA, IOV, Ecocachimbo. Trabalho sendo desenvolvido: Avaliação ecológica e econômica em SAFs (será publicada neste ano).
O PDA investe na questão da agroecologia (fomentar a produção e chegar até o comércio)
-Departamento de extrativismo
-Apoios a cadeias de produtos da sociobiodiversidade
-Programa comunidades tradicionais
-Carteira indígena
-Programa de Desenvolvimento de populações indígenas
-Departamento de desenvolvimento rural sustentável (PDA, Gestar, Proambiente, PZEE, Proecotur)
Desafios:
Interação entre os projetos demonstrativos (o que deu certo o que deu errado, organizar as informações e partir para políticas públicas).
Ampliar a experiência com políticas públicas, crédito específico para implantar sistemas agroflorestais.
Carlos – SEBRAE, Comércio justo é caracterizado pela ausência de trabalho escravo e infantil; equidade de gênero, com crianças na escola e com respeito ao meio ambiente. Este comércio cresce 20% ao ano.
O mercado tradicional tem exigências que excluem a agricultura familiar de todo o processo, a Rede de supermercados Carrefour, por exemplo exige que o fornecedor tenha um “enxoval” para começar a vender. Enfim, todos os custos são do fornecedor e o supermercado tem o lucro.
Nós temos várias opções dentro do comércio justo, como a produção orgânica e mais alguns produtos diferenciados com selo de origem. Um exemplo é produção atual de mel que não atende a demanda local.
Jacir e - CONAB, falaram sobre o programa de aquisição de alimentos, PAA. Este programa tem por objetivo:
Apoiar a comercialização
Garantir renda e sustentação de preços aos agricultores familiares
Fortalecer o associativismo e cooperativismo
A origem dos recursos é do MDS (Ministério de desenvolvimento social e combate a fome) e do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário)
Instrumentos:
- Compra direta da agricultura familiar
- Compra da agricultura familiar com doação simultânea – CPR – Doação
- Formação de estoque para a agricultura familiar – CPR - estoque
- Contrato de garantia de compra da agricultura familiar
Cada família pode negociar até R$ 3.500,00 por ano.
Nossa Rede precisa organizar a produção, saber o que e quanto produzimos.
É importante lembrar que, produtos de origem animal precisam ter inspeção, portanto é mais difícil comercializar. Quando a organização está regulamentada a análise dos documentos é rápida se, o recurso já estiver em mãos. Houve casos que em 20 dias já tínhamos articulado tudo. Outra vantagem é que o agricultor pode comercializar aquilo que está produzindo em uma determinada época. Não precisa ser os mesmos produtos o ano inteiro.
Debate:
Há uma grandes discrepância entre os valores investidos no agronegócio e na agricultura familiares.
Alexandre do IOV contou como o PAA melhorou a qualidade da alimentação de uma asilo em Alta Floresta, beneficia quem consome também.
Tradicionalmente os agricultores encontram resistência para inserir a produção no mercado.
Há uma tendência a todo mundo produzir as mesmas coisas.
Dificuldade de escoamento da produção também é histórica, pois as comunidades são distantes , estradas sem condições de trafegabilidade e, não temos meios para transportar os produtos.
O mercado não considera a sazonalidade, nem as condições climáticas.
É tempo de eliminar os atravessadores.
AS relações de comércio dever ser mais claras, com comunidades tomando as decisões, com transparência.
Já há uma sensibilização dos consumidores para produtos saudáveis, mas ainda é incipiente.
Inserir os grandes empresários neste debate.
Pré-reunião dos grupos do médio-norte
Conjuntura: somos 6 municípios reunidos em rede, os recursos do STRLRV vão até outubro de 2009. Como vãos dar continuidade a toda essa estrutura que foi construída?
Talvez não seja hora de montar uma central (cooperativa/ associação), não estamos suficientemente preparados. Este ano temos que pensar como podemos fortalecer ainda mais os grupos e depois pensar em projetos de consolidação.
Se articular com a CONAB para estruturar grupos de comercialização
Valorizar as feiras locais. Feliz Natal é o único município que ainda não possui sua feira local
Formação de novas lideranças (jovens principalmente que estão indo para cidade, mas também agricultores que tem mentalidade de grande)
Continuar intercâmbios
Assistência técnica e pesquisas. Organizar e fortalecer uma rede de assistência técnica junto a essa rede de economia solidária.
Estudo de mercado por município e um plano de negócios do território
Levantar o que os agricultores querem produzir para trabalhar organização e formação em cima de dados reais
Buscar mercado
Elaborar um plano de trabalho conjunto
Há potencial de produção tanto em espaço físico como mão de obra, o que falta é atitude nossa, precisamos chacoalhar nossos companheiros.
SEBRAE sugere:
- De imediato fornecer para Conab (PAA), porque isso dá tranqüilidade para que as pessoas possam voar mais alto, também isso mostrará quais produtos são potenciais para nós, quais queremos trabalhar
- Saber O que, Onde e Quanto se produz. Também levantar o quanto poderíamos produzir a mais sem grandes investimentos
- Ver a agenda de feiras do Sebrae
- Trabalhar em conjunto em rede, porque isso facilita na hora de pleitear veiculo, assistência técnica
- O potencial dos grupos tem que estar materializado, isso é uma ferramenta de luta muito mais eficiente, colocar no papel
A comunicação tem que estar afinada!
Desafios para criação da Rede
Clóvis - REMSOL – Rede Mato Grossense de Educação e Sócio Economia Solidária
A central não está construída ainda como espaço físico, mas está em nossas metas, nossas atividades.
Estamos organizados em níveis diferentes entre os municípios e ainda dentro da comunidade estamos mobilizados em níveis diferentes. Por exemplo tem associações que já trabalham embalagens e outras não. Nós vamos novamente dizer para os agricultores o que eles vão produzir?
O principal objetivo da Remsol é eliminar lideranças, temos que caminhar no ritmo da comunidade, não achar que vamos resolver o mundo em 2 dias. Cada um aqui tem que assumir a responsabilidade de ser formador, estamos em crise de representabilidade. As lideranças esquecem a sua base e tomam suas decisões.
REMSOL – organização estadual de educação e socioeconomia solidaria. Para que queremos fazer isso? É para construir algo diferente? Se não for para mudar não faz sentido...é melhor fazer parceria com a sadia, produzir soja. Se não seremos engolidos pelo sistema.
Comercialização solidaria significa dizer que nós não estamos satisfeitos com esse modelo que está aí, que nós queremos mudar
Qual é o nosso horizonte? Onde queremos chegar?
Por ano, o Sebrae capta 1 bilhão de reais do fundo dos trabalhadores, então precisamos colocá-lo a nossa disposição. Agora nós temos que saber quem são nossos parceiros e como eles trabalham
A Rede precisa saber os níveis de parceria que devem ser feitas com determinadas prefeituras, que não tem afinidade ideológica conosco. O que está acontecendo aqui é um projeto de resistência ao agronegócio no coração do agronegócio.
Nos próximos dois anos a Unemat vai estar presente aqui, acompanhando esse processo. Vamos agendar um primeiro curso de fundamentos da economia solidaria, mas isso só será feito se for assumido que isso será reproduzido na base. Isso vai exigir aos agricultores um compromisso maior com sua formação. Educação política. Formação para auto-gestão (quem pensa e quem executa são as mesmas pessoas, ninguém é chefe de ninguém)
A Remsol articulou a lei estadual de economia solidaria, também estão articulando um conselho estadual de econ solidaria. A lei já esta aprovada . O que queremos construir já está amparado pela lei.
A Rede de Economia solidária ainda não está definida. Ela é uma articulação dos trabalhadores e trabalhadoras da economia solidária
Nós temos que pensar na nossa produção: conseguimos suprir as demandas do assentamento? Quando atendermos essa demanda, vamos para o mercado local.... e depois vamos ampliar. Um grande desafio é pensar em como embasar esse processo da economia solidaria na agroecologia.
Nas cidades vamos ocupar as feiras, depois pensar nos outros pontos e estabelecer uma política campo – cidade. Grupos de consumo pode ser interessantes. Existem mais de 17000 mil feiras no Brasil, uma média de três para cada município. Será que as feiras são boas estratégias? Isso a Remsol tem acumulo, pode ajudar.
A Remsol tem experiências que trabalham não somente a questão de alimento, mas também cultura, cooperativas de serviços...Representação da Remsol: Alta Floresta, Colider, Sinop (está enfraquecido), Lucas do Rio Verde, Cuiaba, Cáceres, Poconé, Pontes e Lacerda, Comodoro, Juina (Ajopam), Barra do Bugres, Tangará da Serra, Nova Xavantina, Barra do Garças, São Felix do Araguaia (50 empreendimentos solidários, produão). Há uma idéia de construir um centro comercial de economia solidária com perspectiva de consolidar em 5 anos. Mas muitos municípios ainda não conseguiram chegar na primeira seta, de abastecer o próprio assentamento.
Já que o Estado investe 550 milhões no agronegócio, porque não podemos pensar em metade disso para criação das ZPAs (Zonas de processamento agroindustrial).
Outra estratégia é transportar osprodutos industrializados pelo ônibus com muita eficiência ou exportar até R$20.000,00 pelo correios. Pois nos assentamentos, não temos o cultivo de lavoura branca em quantidade suficiente para comercializar.
Dimensões importantes para nunca pararmos de pensar:
Formação permanente
Organização dos grupos de base
-Produção (se a gente está pagando muito serviço, colocando empregados no lote, etc estamos começando a explorar e aí perde sentido)
Utopia – aprender com a nossa diversidade
Agenda da REMSOL:
Jan/ fev – encontro de comercialização do centro-oeste.
Maio – Encontro regional do centro-oeste (redes de produção e cadeias de produção da economia solidária).
“Território” traz em si a idéia da competitividade regional, todo o fundamento teórico que deu origem ao agronegócio. Trabalhamos com potencialidades.

Jacir - CONAB, pode ajudar na estruturação da produção, do mercado local. Nós vamos fazer demanda ou aceitar demandas?
Os projetos com compra com doação simultânea tem comércio garantido. Ele sugere para irmos ganhando experiência com o trabalho e a partir dos excedentes e da experiência ir formando a rede.
Com espaços de comercialização garantidos fica mais fácil trabalhar. Também podemos colaborar com oficinas a partir das demandas de vocês.
Não fazer projetos grandes, apenas dentro das possibilidades que podemos executar, senão ao invés de ser satisfação será um sacrifício. Pensar na produção de acordo com os ciclos de produção, mas é importante ter produtos o ano inteiro. Se der alguma falha em algum produto pode ser negociada uma troca de produtos. Mas com responsabilidade da entrega.
Lembrar que escolas tem férias também, ficará parada um período do ano. Pensar em outras instituições filantrópicas (hospital público, APAE).
Ovídio – Conab,
Temos que nos relacionar com pessoas que tenham:
- Conhecimento
- Entusiasmo
- Amor
- Críticas
- Empurrãozinho
A Conab está aqui pronta para dar um empurrãozinho. Vocês não vão ter dificuldade de acesso.
Stéfano, Ecocitrus – Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí
A cooperativa surgiu em 1988 – GTZ trabalhar a questão da organização social dos agricultores. O agricultor é o protagonista de toda cadeia produtiva.
José Lutzemberg é um dos pioneiros.
Eles fizeram uma parceria com as empresas de suco. A cooperativa se estruturou pegando o resíduo das empresas de suco, transformando-o via compostagem.
Agregar valor ao produto, transforma-lo pode colocar no mercado produtos que seriam descartados por não ter um padrão.
Mercado formal: 15% desconto da nota fiscal (sem saber se tem ou não perda), o produto não agradou devolvem a carga, pedem aniversário (carga grátis para pôr seu produto na prateleira). Só se acessa esse mercado pelo volume de produção que tem.
Importante pensar na qualidade e quantidade dos produtos, quem vai se responsabilizar pela entrega das mercadorias, em que nível estabeleceremos parcerias e com quem.
Encaminhamentos para construção da Rede do Médio-Norte
- Que a Conab disponibilize uma pessoa para contribuir na construção dos projetos, que é muita demanda para uma equipe reduzida
- Formação dos agricultores para fazer esse diagnóstico produtivo, pois isso gera mais autoconfiança também para que essa relação com a Conab se estabeleça de maneira mais eficiente
- Relação com as secretarias municipais – existe um desconhecimento intencional, pois conhecer significa se comprometer. Os agricultores precisam se preparar para esse diálogo e as secretarias precisam se preparar pois muitas vezes ligam para a Conab para saber sua própria produção, no município.
- Ter animador no trecho de Sinop – Mutum
- Otimizar recurso construído um projeto em Rede (Conab) e os cursos da Governança Florestal podem ser usados para esse processo
- Conab vem fazer uma capacitação em um local com os 6 municipios reunidos
- Presença mais efetiva de alguém da Conab nessa reunião, fortalecimento da agricultura familiar nessa região do agronegócio
CONAB
Talvez não seja possível disponibilizar um técnico para estar somente nessa região, nada impede que o técnico que atue aqui esteja presentes nesse processo. Eventos relacionados também pode contar com a nossa presença.
Quando soubermos os recursos que estarão disponíveis ano que vem podemos repassar essa informação
Teria recursos para realizarmos junto com a Conab oficinas na região (MMA, Governança, projeto em Rede...)?
Fazer uma proposta junto ao Programa de Comunidades Tradicionais/MMA ainda no inicio de 2009.
Apenas São José do Rio Claro que não está dentro do projeto da Governança Florestal, ano passado investimos tudo na questão da prevenção de incêndios. É uma boa pensarmos nesse recurso para iniciar esse trabalho.
Temos que formar multiplicadores, capacitar pessoas para realizar o trabalho nos municípios. Camila aprenderá o processo junto a CONAB.
Desenvolver um trabalho mais político junto as secretarias, começando com uma carta colocando os programas de apoio existentes e pensar em espaços de sensibilização, colocando a importância que eles tem nesse processo. Não depende apenas da Conab essa mobilização, mas eles se comprometem a trabalhar isso. Se há uma dificuldade no municipio (com relação ao poder publico municipal) convocar uma reunião nós, conab, secretarias e prefeitura.
MMA/ CONAB = Está acontecendo em Brasilia uma série de capacitações com os técnicos da Conab com respeito aos produtos da sociobiodiversidade e seria interessante incluir algo nesse sentido. Eles não sabiam mas vão correr atrás disso.
As oficinas são voltadas para os articuladores da comunidade. Capacitação por pólos.
Requisitos:
-Ter uma associação (para merenda escolar)
-Se for compra direta pode ser feito direto com o agricultor (a)
-Trabalho com castanha = formação de estoque
A REMSOL é aberta para quem quer entrar. A idéia é realmente juntar as pautas. Você pode falar em nome da Rede se quiser, já fazemos parte. Se constituiu de 15 regionais. O grande problema é que os debates que fizemos serviram aos foruns estaduais, muito focadas com essa construção de politicas publicas ligadas a economia solidaria.
SECAFs – Vicente (FASE) faz o convite para o médio norte ajudar nessa construção
MDA - “entidades madrinhas” para ajudar no processo.
Economia solidária x Orgânicos x Certificação (quais são as demandas para o enquadramento na certificação, até que ponto podemos atendê-las ou até que ponto devemos atendê-las)
O desafio é a comunidade ter clareza onde quer chegar. Isso vai dar a direção da estratégia a ser adotada (se vamos aceitar determinados padrões ou não), o que eu tenho que fazer para isso – caminhos e barreiras.
João, ICV – Carbono em Mato Grosso. Pela primeira vez, a Rede apresentou a seus parceiros algumas questões referentes ao Carbono, que é um assunto da moda.
João trouxe informações básicas sobre o que é Carbono, Redução das Emissões do Desmatamento e da Degradação florestal.
Os agricultores familiares precisam começar a esclarecer suas dúvidas sobre o assunto, para que não sejam apenas espectadores neste cenário complexo. Só podemos emitir nossa opinião quando tivermos informações e, por isso o tema foi inserido neste seminário.
Todo dia as 16:00 horas abríamos a feira, se vendia, se trocava, se doava.... mel, geléia, artesanato, receita, telefone, email, brinco, cachaça, folder, informativo, rapadura, licor........... E subíamos no palco cantávamos e dançávamos, até o Armin cantou. OS artistas contratados não vieram e quem precisa deles? Nós temos a Maria e o Luir, descobrimos que o Domingos e Stefano não são só bons administradores de cooperativa, nos deixaram boquiabertos, como cantam esses dois!!! E aquele tio que subiu no palco e não queria mais descer, quem convidou? E seo Nelson cantando “galopeira”, Luir não conseguiu acompanhá-lo. Agradecemos imensamente por vocês terem topado esse desafio, fazer tanto, com tão pouco dinheiro com tanta animação, com tanto amor, com tanta fraternidade. Vieram aqui e escreveram nossa história. Só uma página, as anteriores já estavam escritas e as próximas começam amanhã!
Texto: Camila, Adriana e Epifania.
Fotos: Armin.